O advogado Rodrigo Faucz, responsável pela defesa dos acusados David Willian Vollero da Silva e Ygor King, pediu nesta quarta-feira (20) a anulação dos dois primeiros dias da audiência de instrução do chamado Caso Daniel, realizada no Fórum de São José dos Pinhais, região metropolitana de Curitiba.
O representante afirma que, devido a sua ausência durante os depoimentos das testemunhas, foi negado aos seus clientes “o principio da plenitude de defesa”. Ele esteve fora da capital paranaense para defender sua tese de doutorado. “Em uma inquérito criminal, ainda mais em casos de alta complexidade como esse, existe tem um advogado de confiança que é quem faz a estratégia a longo prazo, quem tem uma linha de raciocínio a seguir. A partir do momento que você impede que esse profissional atue, obviamente você está trazendo prejuízo para a defesa”, disse Faucz.
O profissional também revelou que tanto David quanto Ygor ‘estão calmos’ e aguardando ‘que a justiça seja feita’. “Eles estão confiantes. Acho que nesses dias foi possível verificar que aquilo que foi apurado no inquérito policial foi confirmado, ou seja, que a participação deles se refere somente à lesão. O Edson deixou claro, assim como o inquérito, que ele agiu sozinho, então eles estão confiante de que a Justiça será cumprida”, disse. “Eles não estão pedindo que sejam absolvidos, mas sim que sejam culpabilizados na medida da responsabilidade que tiveram no caso”, finalizou Faucz.
A ausência de Faucz se deu pelo pedido de mudança nas datas dos depoimentos, protocolado por outros advogados envolvidos no processo, adiantando em uma semana as oitivas. À época, o magistrado pediu que a Justiça reconsiderasse outras datas, mas teve o recurso rejeitado.
Entenda o caso
Daniel Freitas participou da festa de Allana Brittes, em uma boate em São José dos Pinhais, na sexta-feira, 26 de outubro. A festa prosseguiu na casa da família, onde Daniel relatou a amigos, pelo WhatsApp, que a mãe de Allana, Cristiana, estava dormindo e que ele se aproximaria dela. A partir daí, as versões de suspeitos e testemunhas divergem. Edison Brittes, pai de Allana e marido de Cristina, disse ter flagrado o jogador tentando estuprar a mulher, o que gerou sua reação violenta, que culminou com a morte.
A tese de estupro é vista com desconfiança pelos investigadores. Antes de morrer, Daniel foi espancando, teve o pênis cortado e seu corpo foi abandonado em uma estrada. Edison, Allana e Cristiana foram presos dias após o empresário confessar que tinha matado o jovem como reação ao estupro. Outras três pessoas estão presas: Eduardo, Ygor e David. Para a polícia, eles estavam no carro quando o corpo da vítima foi transportado e é investigada a participação deles na tortura e morte do jogador.
Fonte Banda B
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