Os médicos cubanos que trabalham no Paraná devem deixar o estado a partir de 25 de novembro. De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde (Sesa), o primeiro grupo é composto por 44 médicos que atuam em 44 cidades diferentes. A secretaria recebeu a lista na tarde desta sexta-feira (16).
O número de médicos cubanos que vão deixar o estado representa 9,6% dos 458 profissionais que trabalham em solo paranaense atualmente.
Ponta Grossa, nos Campos Gerais do estado, é a cidade paranaense que mais deve sofrer com as mudanças no programa social.
Dos 80 médicos contratados pela prefeitura para atuar em Unidades Básicas de Saúde (UBS), 75% são cubanos.
“É extremamente preocupante. Muito difícil conseguirmos a contratação de mais profissionais para esta área básica de atendimento de saúde à população.
Estamos fazendo ações emergenciais para tentar minimizar os problemas”, diz o prefeito, Marcelo Rangel.
De acordo com a Sesa, por enquanto, nenhuma medida será tomada pelo governo do estado, que está focando suas ações na questão logística de saída destes profissionais.
Comunicado governo cubano
O governo cubano enviou um comunicado aos médicos sobre o fim da participação do programa no Brasil. No documento, os profissionais são informados que a volta deles para Cuba ocorrerá de 25 de novembro até o fim de dezembro.
O documento orientando sobre o fim da participação no Mais Médicos, enviado por e-mail e assinado pela Coordenação Nacional da Brigada Médica Cubana no Brasil, esclarece que o profissional trabalhará no Brasil até receber a passagem de volta para Cuba e, por isso, os atendimentos de pacientes e horário de trabalho não serão comprometidos.
“Sabemos do seu trabalho altruísta e comprometido com a atenção ao povo brasileiro, todos os quais, neste momento, estão sendo reconhecidos pelos seus parentes, seu trabalho e perante o nosso povo”, diz uma parte do comunicado.
No mesmo documento, a Brigada Médica Cubana no Brasil ainda orienta sobre o envio dos pertences de cada profissional para o país natal e lista as empresas brasileiras autorizadas a entregar as bagagens em Cuba.
O governo cubano também vai adiantar o depósito de pagamento dos alugueis de dezembro e janeiro para esses médicos.
A Brigada Médica Cubana ainda detalha que, exclusivamente, os funcionários casados ou com os contratos renovados, se decidirem não retornar a Cuba, o governo considerará a missão no Brasil encerrada e o contrato oficial de cooperação será encerrado.
Somente estes profissionais não serão obrigados a viajar. O governo vai informar o que esses médicos farão com os passaportes oficiais para que não continuem com o documento ilegal.
Fonte G1 Paraná
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