Terminou nesta quinta-feira (31) o período de proibição de captura de diversas espécies de camarão nas regiões Sul e Sudeste: rosa (Farfantepenaeus paulensis, Farfantepenaeus brasiliensis e Farfantepenaeus subitilis), sete-barbas (Xiphopenaeus kroyerl), branco (Litopenaeues schimitti), santana (Pleoticus muelleri) e barba ruça (Artemesia longinaris).
A abertura traz um alívio para a economia de Guaratuba, principal porto pesqueiro do Paraná. De todas as espécies, o camarão sete-barbas é a principal fonte de sustento de mais de 1.000 pessoas envolvidas na cadeia produtiva da pesca da cidade.
A liberação da captura também reacende a polêmica sobre o período correto de defeso desta espécie e sua consequente sustentabilidade.
Rosa – Nos três meses de proibição – 1º de março a 31 de maio – acontece a reprodução dos três tipos de camarão rosa, justamente os produtos do setor industrial, pois eles são encontrados mais afastados da costa e exigem embarcações de grande porte para serem alcançados.
O defeso no período correto garante a reprodução da espécie e a fonte de renda da indústria da pesca de Santa Catarina, que é bem melhor estruturada que a do Paraná.
Sete-barbas – Já o modesto setor industrial de pesca do Paraná e as algumas comunidades pesqueiras artesanais do Paraná e de Santa Catarina se dedicam à captura do camarão sete-barbas.
De acordo estudos científicos e com o conhecimento empírico dos pescadores, época de defeso estabelecida pelo governo federal (Portaria nº 74/2001 do Ministério do Meio Ambiente e pela Instrução Normativa 189/2008 do Ibama) não protege o camarão sete-barbas. Segundo pesquisas, pelo menos entre os estados de Santa Catarina e Paraná, o período de reprodução é em outubro, novembro e dezembro.
A desova se estende até janeiro e quem pesca neste mês pega grande quantidade de filhotes, que têm pouco valor comercial. Segundo os estudos, é no período em que a pesca está proibida, entre março e maio, que ocorre a maior abundância do sete-barbas no litoral do Paraná e também no de Santa Catarina.
Fonte: Correio do litoral
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